Coxinhismo

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As redes socias (ahhh, sempre elas!!) borbulham nas últimas semanas! Bandeira e hino nacional fizeram hora-extra e foram, finalmente, usados fora dos estádios.

Mas algo estranho surgiu em meio à multidão.  E não foi só um, foram centenas, milhares, e talvez milhões que, de uma uma hora para outra, apareceram nas avenidas de todo o Brasil.

O barulho de fritura denunciava, não restando mais dúvidas: eram as Coxinhas!!

Não aquelas que residem ao lado da empadinha e do croissant, e no andar de baixo fica o Torresmo e o Hamburgão. São outras coxinhas, organizadas em movimentos libertários:  Abaixo o sistema, gritavam!

“Não é esquerda, nem direita, é para frente”, clamavam!

Algumas coxinhas, talvez com mais catupiry no cérebro que o normal, tomaram as rédeas do anonimato e, de máscaras, afinal, hoje é “in” e “cult” vestir a armadura Annonymous. Está na moda, e não “pega bem” demonstrar, nesta altura do campeonato, ser um ignorante político. Se não tiver a máscara, basta pintar o rosto de verde-amarelo.

Então lá vão elas, as Super-Coxinhas, fazer um city-tour no centro de São Paulo, esticando um pouco até a 25 de Março para comprar uma máscara do Anonimato. E negociar com o camelô é uma aventura digna de Indiana Jones ou irmãos Villas-Boas: o homem branco de Moema e Jardins comprando do indígena pobre ambulante que vive de “rolo”.

Mais tarde, rumo aos protestos!

As coxinhas, quando isoladas, não sabem muito o que fazer e ficam mais preocupados com a foto do Instagram, por isso elas têm grande necessidade de se reunirem. O pior é a incoerência de milhares delas: enquanto engrossam o coro por desenvolvimento social, tais Coxinhas criticam, a plenos pulmões, programas de inclusão social.

Chega de “Bolsa-Esmola”, “Bolsa-Vagabundo”, Bolsa-Família ou qualquer raio de nome que isso tenha!!, protestam.

Dentro disso, há algo para ser entendido: É impossível equilibrar a sociedade quando o começo é desiquilibrado.  Não há igualdade social quando o ponto de partida de cada indivíduo é desigual.

Para combater desigualdade, os programas assistenciais são fundamentais para a inclusão de todos na cadeia de consumo, e isso está longe de ser assistencialismo. E foi assim que milhões saíram da Classe D e E, em que a renda familiar é de 1 dólar por dia, e pularam para C.  Foi assim que mais de 10 milhões de famílias perderam o benefício porque subiram de classe social.

1 dólar não paga nem a sua…. Coxinha!, Seu Coxinha. Apesar que Coxinha só come coxinha se for da padaria chique.  Em botecos, os Coxinhas não entram. Eles não se misturam com a gentalha, diria Dona Florinda.

Mas não se preocupe, cada um de nós, em algum momento, foi Coxinha. Atire a primeira Coxinha quem nunca deu uma coxinhada na vida!!

Coxinha é desconhecer. Falar o que não sabe ou o que nunca viu e sentiu. Coxinha é ser reaça. Coxinha é ser chato. É ser intransigente. É ser mala. Coxinha é ser Coxinha!

Coxinha quer Joaquim Barbosa para Presidente da República.  Coxinha não sabe nem o que significa STF, mas sabe o que é Mensalão do PT (e desconhece do PSDB). Sabe o que é PEC 33.  Ou, ao menos, pensa que sabe.

Afinal, O Coxinhismo cultua as aparências na Comunidade Facebookiana. O Twitter está meio “over” nos últimos tempos, serve só para pesquisar Blitz da Lei-Seca.

Marcio Vieira

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